quarta-feira, 31 de março de 2010

Pra mim as depiladoras não deveriam morrer nunca.

E eu chorava e chorava e chorava e dizia - mãe, eu estou muito nervosa - e eu aprendi a não guardar nada de mal porque tudo vira um câncer ou qualquer outra doença que vai destruindo por dentro e eu sou canceriana e você sabe que a maioria dos cancerianos ficam doentes por causas emocionais?
E a minha depiladora morreu de tristeza e ela era canceriana também assim como eu. Ela não era só a minha depiladora. Era alguém que me escutava, alguém que eu gostava de escutar. E eu não fiquei sabendo que ela morreu, ela morreu no dia em que eu estava lá em casa, me matando pra tirar os meus pêlos com cera.
Meu mundo ficou um pouco menos completo, meu coração bateu mais fraco antes de ontem.
Eu não gosto quando as minhas pessoas vão embora.

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