domingo, 28 de fevereiro de 2010

O texto do amiguinho.

O texto a seguir é do meu amigo Bruno (link para o blog dele, ao lado). O Bruno é um cara que me enche de orgulho, por inúmeros motivos. E aí, eu estava dando um rolê no blog dele, li esse texto e me identifiquei muito. Senti a necessidade de dividir.

Onde os sonhos se tornam realidade

Provenho de uma família de classe média baixa. Cresci num bairro periférico da cidade de São Paulo, a COHAB José Bonifácio, no bairro de Itaquera (também conhecida como COHAB 2). Fui o primeiro de uma leva de sete netos do Seu Lourenço e da D. Nira. Nunca tivemos dinheiro de sobra para fazer extravagâncias.
Eu sempre estudei em escolas particulares de bairro, mesmo muitas vezes tento a mensalidade atrasada. Eu fiz inglês, teatro, música – e muitas vezes, os problemas de pagamento continuavam existindo. Aprendi a me tornar uma pessoa múltipla. Aquele orgulho da família, o bom amigo das meninas, o bobo amigo dos meninos e o guri esquecido por mais simpático que fosse.

Era o mais pobre dos amigos ricos e o mais rico dos amigos pobres e acho que isso reflete minha vida até hoje, onde começo a tomar algumas rédeas de algumas situações e tento levar a coisa por um caminho diferente. Muitas vezes me pergunto se é errado que eu seja uma pessoa tão amparada e apoiada pela minha família, por que escuto histórias de amigos e, principalmente, da minha família, onde me contam dos prazeres privados durante a vida para que, hoje, pudéssemos desfrutar de algum conforto.
Fiquei um pouco decepcionado com minha postura consumista ao saber que a minha mãe só havia ido a um McDonalds com 20 anos. É decepcionante ouvir as histórias sobre como conseguiam conciliar trabalho, estudo e vida privada.

Meus pais compararam seus carros antes do que eu vou comprar. Compraram suas casas antes do que eu vou comprar. Casaram e tiveram filhos antes do que eu os farei.
E agora eu penso.
Também fiz um cursinho pré-vestibular mais barato, num período que não era o ideal. Consegui passar numa universidade boa, mas num curso com muitas vagas, baixa nota de corte e com uma infra-estrutura prejudicada.

Minha vida parece uma constante tentativa de reparar lacunas, mesmo enquanto eu abro outras. Hoje consigo ter algum conforto devido ao apoio da minha família, mas vivo o conforto que meus pais buscaram para sair do seu estado de calamidade.
Eu pareço ser uma pessoa com metas e objetivos. Esses objetivos são, constantemente, alcançados, mas acho que aprendi (com muito conforto e amparo) a me tornar uma pessoa persistente nos seus objetivos.

Nunca fui para a Disney, por que nunca tive dinheiro para isso. Mas já viajei para Curitiba, Fortaleza, Caldas Novas. Já andei de avião, já fui mais de 200 vezes ao cinema.
Dizem que a Disney é o lugar ‘where dreams come true’, mas meus sonhos se tornam realidade aqui em São Paulo mesmo, com um grupo de teatro que ainda não tem dinheiro, com uma família pobre que é feliz e unida e sendo uma pessoa que acredita ser feliz, e talvez por isso, eu realmente seja.

Feliz ano velho.


Tá rolando uma mostra no CCBB de filmes brasileiros dos anos 80. E ontem tinha o “Feliz ano velho”. Li o livro há algum tempo e fiquei curiosa pra ver o filme.
Tenho algumas questões com o filme, mas na totalidade, eu gostei e achei legal.
É um filme sobre um jovem, sem ser babaca. Claro, há algumas tentativas de se tornar melodramático, mas depois ganha ritmo. E dá pra ter uma idéia de como o cinema brasileiro cresceu bastante desde então. Feliz ano velho, do Marcelo Rubens Paiva, marcou uma geração e eu acho que vale a pena, tanto o filme quanto o livro. Claro, gosto mais do livro. Mas é uma questão de gosto mesmo. Recomendo. Próxima quinta tem outra sessão. E talvez um dia você ache na locadora....
Legal essa iniciativa do CCBB de fazer uma mostra com filmes brasileiros da década de 80. Queria assistir também os “Areias escaldantes” e “Bete Balanço”. Ah, quem sabe.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Quem paga a conta?

Às vezes eu me refiro a assuntos específicos aqui. Às vezes eu me refiro a pessoas específicas.
Às vezes eu uso pessoas específicas como exemplo nos textos também. Pessoas que eu chamo de "ajudantes involuntários do dia".
Como geralmente, eu prefiro não revelar nomes, para não expor ninguém, eu costumo usar nicks, me inspirando nos blogs "vou falar" e "mulherzinha", que eu lia desde os meus primórdios internéticos.
E hoje o ajudante involuntário do dia, é o sr. atendente.

A história é assim: Ganhei o sr. atendente numa promoção do tipo, compre o produto e receba todo o carinho do vendedor.
Uma promoção que eu pensei que não duraria muito tempo, mas, para a minha surpresa, a promoção vem se prolongando de novembro até aqui.
Pois bem, o sr. atendente é assim, aquilo que faria as minhas colegas da época de colégio pirar.
Por isso, eu acho que é uma promoção. Um cara desse comigo, só pode ser uma promoção.

Ele é diferente dos outros moços. Porque ele sempre manda mensagem e fica pedindo atenção.
Por outro lado, penso que ele ainda não sacou o tipo de garota que eu sou. Putz, ele não sacou mesmo.
Ele tem umas questões, que eu já superei há séculos.
Eu tenho uma vida. Isto quer dizer, nem todos os meus dias são "livres" se o cara não tem gostos em comum, menos dias "livres" pra ele, é o que eu quero dizer.
Porque se tem um filme incrível no cinema passando num único dia e o cara quer sair comigo justamente nesse dia e nem passou pela cabeça dele ver o filme...
Eu não vou deixar de ver o filme. Você querido leitor, pode me achar egoísta. Mas o cara não é um namorado. Ele tem os interesses dele e eu tenho os meus.
Por que não, cada um ficar na sua e encontrar-se outro dia?

Voltando ao nosso ajudante involuntário do dia. a questão é que ele cobra atenção. Eu, canceriana maldita, tento dar toda a atenção, sempre que possível.
Eu sempre tenho coisas pra fazer, mas ultimamente, quando eu tenho tempo livre, a primeira pessoa que recebe convite para sair, é o sr.atendente.
Agora, por favor, querido leitor. Siga os acontecimentos e veja se eu estou sendo egoísta:
Na segunda ele mandou mensagem querendo me ver, já era tarde, não ia dar, falei que assim que eu estivesse livre eu mandava uma mensagem pra gente sair.
Na terça eu fiquei no trampo até tarde. Na quarta eu estava livre, mandei mensagem, ele disse que estava cansado, ok.
Ontem eu mandei outra e ele não respondeu. Hoje ele mandou uma falando que não tinha dinheiro ontem e por isso não respondeu.
Hoje, sexta-feira, que eu tô indo ver um stand up com uma velha amiga, ele quer sair e ainda propôs um programa mais em conta.
Dois dias livres, teoricamente, me esnobando e ele só pensou num passeio mais em conta, na sexta-feira?

Agora, vamos a nossa reflexão:

Essa história de dinheiro não cola. Se o cara me conhece, ele sabe que eu tô cagando pra dinheiro.
Até porque eu trabalho de freela, ou seja, nem sempre tenho dinheiro. Quem sou eu, pra exigir um cara com dinheiro?
Por mim tudo bem sair com alguém legal e simplismente andar de transporte público e comprar uma cerveja no mercado.
As pessoas não precisam ter dinheiro para ganhar o meu carinho e a minha atenção.
Eu não entendo. Se você sai com o cara que tem carro, deixa ele pagar a conta, porque ele fica insistindo e só escolhe barzinho caro, parece que você fica com ele, porque ele tem dinheiro?
Quer dizer, se você dividiu a conta, você parece abusada. Se você não dividiu só pra agradar, você parece interesseira. Então qualé ?

E sim. Já pensei que no mínimo ele passou a semana gastando com uma mina mais cara que eu. Meu dever é pensar em todas as possibilidades.
Eu não acho que é o caso, mas se for, cada um gasta dinheiro aonde acha melhor né?
Só acho que se for o caso, essa mina tá dando pouca atenção. Porque sempre aparece mensagem dele aqui.

Sabe, eu não tenho tanta paciência, é necessário sacar com quem a gente tá se relacionando. Senão não rola.
Os caras que não conseguem aproveitar meu tempo acabam ficando pra trás, por bobeiras. Tipo essa desculpinha de dinheiro.

Mais uma vez o capitalismo fodendo nossas vidas ou nos impedindo de foder.

Casinha nova

O que dizer? Nada para dizer além do que eu já disse.
Preciso de um lugar novo para escrever e aqui parece ser acolhedor o suficiente.
Meus improvisos ficarão neste endereço agora.
Boas vindas pra quem chega.