Sem televisão, sem computador nenhum e o quarto tomado pela água que insisti em cair por meio de goteiras.
Lá é um puxadinho, atrás da casa de uma senhora esquizofrênica que chama a todo momento e fala sozinha e telefona e grita do quintal me impedindo de entender tudo o que diz naquele texto de fonética. E são tantos es, que torna-se redundante. E tudo tem sido redundante.
Por isso decidi passar o maior tempo fora de casa (ou puxadinho, o apelido carinhoso e crível que dei para o local na qual eu moro) assim evito chatiações e possíveis histerias de minha parte.
Tô fora neste momento, assim que der fome volto, volto para lá. Tenho voltado para o aconchego do lar sempre que dá fome, como uma gata vadia que fica pelas ruas a procura de um resto de lanche podre de sardinha. Descobri que na escola onde faço inglês tem internet grátis. Foi a melhor descoberta do dia. Assim, posso fazer os trabalhos da faculdade que tenho que entregar nessa semana. Não sei quando voltarei a ter um computador. Tampouco sei, quando terei dinheiro para pagar uma hora de lan house, que na verdade, não dá pra nada.
Vou conseguir passar bem sem a televisão que por um motivo que desconheço queimou.
Mas sem computador é difícil, porque todas as coisas resolvo pelo computador. Incrível como ficamos dependentes de certas comodidades, não?
Na verdade não é isso. O computador ligado ao fundo do corredor, com janelinhas piscando, com pessoas se comunicando online comigo....
Me faz esquecer o quanto eu sou sozinha.
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