quarta-feira, 3 de março de 2010

Essa história de vestibular...

Meu pai falou que amanhã é o grande dia. Talvez seja porque amanhã, talvez a ficha comece a cair.
Amanhã vou me matricular na faculdade.
O lugar que fica a faculdade ainda é uma icógnita pra mim. Mas pelo menos agora já sei qual a grade curricular.
Eu prestei uma faculdade sem saber a grade curricular. É porque eu quero muito fazer uma boa faculdade, talvez por isso a grande tenha ficado em segundo plano.
E eu gostei da grade, me empolguei e até vi umas fotos da própria faculdade e gostei também.

Me perguntaram como eu to me sentindo agora que eu passei numa faculdade pública e eu me sinto só feliz por enquanto. Muito feliz.
E tem uma sensação de alívio e conforto, ao saber que eu não vou precisar largar o teatro pra me dedicar a mais um ano de cursinho.
Eu não sinto orgulho de mim mesma. Eu tô muito feliz, por ter chegado até aqui, acho uma vitória e começo a gostar da minha persistência.
Eu tive todo o incentivo pra escolher este caminho, mas fui eu que escolhi. Eu poderia ter cursado publicidade e propaganda na uninove, assim que eu sai do colégio.
Quando eu decidi não fazer este curso que eu havia prestado, todo mundo achou que eu era louca da cabeça, quando eu disse que ia ficar um ano só fazendo teatro, talvez tenham pensado que eu não tinha mais jeito.

Este ano por muito tempo me arrependi dessa escolha. Mas hoje eu vejo que foi um passo de maturidade. Eu não sabia como fazer para cursar uma faculdade que de fato, me deixasse satisfeita.
Eu sai do colégio me sentindo muito incapaz. E hoje eu vejo que esse tempo foi bacana para eu conhecer coisas, experimentar e descobrir o que eu realmente quero.

Antes do conhecimento, o cursinho foi uma experiência muito importante pra mim. Tenho questões ainda que eu tentaria melhorar, mas eu não me arrependo de nada.
Não é um motivo de orgulho para mim, ver o meu nome na lista. Porque eu sei que eu posso ir além disso.
Mas me orgulho ao ver que eu fui honesta comigo mesma durante o ano passado. Eu não deixei de ser eu mesma, só pra passar numa faculdade pública.
Eu vi muita gente assim. estudantes alienados. E eu não queria ser assim. Era muito doloroso saber que eu não podia ir aos simulados e aulas extras porque eu estava fazendo teatro.
Mas se eu não pasasse este ano, eu teria que largar o teatro pra me dedicar só ao cursinho e talvez fosse mais doloroso ainda.
Eu não tinha tempo de estudar como deveria por causa do teatro. O cursinho exige muito tempo e o teatro também. Era dificil conciliar e sei que isso me fodeu, porque eu resolvi bancar os dois.
Mas eu também não me arrependo. Sim, eu poderia ter ido melhor. Mas eu fui honesta comigo mesma e passei da mesma forma.
Eu não era a melhor aluna em números também. A minha nota mais alta no simulado foi C-. Eu fiz no máximo 3 redações, isso porque eram quinzenal.
Depois que eu percebi que as aulas de inglês e redação não me acrescentavam em nada, eu comecei a cabular aula. Não me arrependo também. A única palestra na qual eu consegui me increver, eu não assisti nem metade poque tinha trabalhado o dia inteiro e não estava aguentando. Eu sempre tinha vergonha pra tirar dúvida com os professores. Não consegui fazer nem metade dos exercícios que eu julgava importantes.
Mas não me arrependo de ter feito mais amigos do que provas. Eu tenho muito orgulho dos amigos que fiz no cursinho.
Eu não tava preparada pra primeira fase da fuvest e só consegui começar a realmente me preparar depois de saber que eu tinha passado na segunda. Antes eu não acreditava que isso poderia acontecer.
Fiquei desesperada e pedi para ensaiar menos com o meu grupo. E eles entenderam. Eu estudava mais. Mas já havia perdido um bom tempo.
Pro enem e pra segunda fase da unifesp eu estava mais ou menos preparada, ainda que pro Enem eu não soubesse quimica, fisica e matematica.
E pra segunda fase da fuvest eu me preparei. Mas fui sem saber fisica, quimica e matematica também. Porque no inicio do cursinho eu estava ensaiando. Eu fui sem saber, mas eu queria estar sabendo. Mas de fato, não deu.
Foi um aprendizado mesmo assim. E de qualquer forma, eu sei que embora eu tenha milhares de itens para citar o quanto eu não fui o que eu acho que eu deveria ter sido, eu sei o quanto eu larguei a minha vida pra me dedicar aos estudos neste ano e eu sei que eu fiz o meu melhor, sem deixar de ser eu mesma.

No cursinho eles te ensinam também a achar que só porque você entrou numa faculdade pública você é melhor. E eu não acho que eu sou melhor do que alguém.

Eu aprendi que vida é uma questão de oportunidade.
Você pode ter uma oportunidade ou não. Você pode agarrar esta oportunidade ou não.

Eu tô feliz porque eu acho que valeu a pena. E se não valeu de verdade, eu não vou desistir de tentar fazer valer. Tô feliz porque este é o fim de um ciclo e porque eu sei que todo fim é um novo começo.

2 comentários:

Luísa disse...

Eu não te achei louca por querer passar um ano se dedicando ao teatro. :P E fiquei muito feliz por você ter conseguido passar. Queria eu ter aberto mão do jornalismo na Uninove pra prestar em alguma com mais prestígio... Se bem que a melhor é a Casper, que também é paga...

Mas, whatever, parabéns, de novo! ^^

Mayra disse...

Incentivo é tudo né amiga! E bom é não pagar a faculdade, você sabe!Mas você ainda vai fazer jogos digitais, você vai ver!