terça-feira, 22 de maio de 2012

Aniversário.


Dois meses de greve. O que ganhamos com esta greve?
Boa pergunta, também não sei.

Sei que a greve pressupõe um novo calendário de vida. Hoje por exemplo, é terça mas está com cara de segunda.
E todas as noites tem cara de sábado.

E hoje terei que voltar a frequentar o campus, ao menos uma vez por semana.

Não tenho a menor perspesctiva do que irá acontecer daqui pra frente.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Partilha


Um dia eu estava voltando para casa com uma amiga e ela contava sobre a época da faculdade quando ela fazia bicos para ganhar a grana dela.
Ela sugeriu que eu desse aula de reforço, que isso podia me ajudar. Por coincidência, havia um rapaz pedindo aulas de português ao Beethoven e ele não poderia dar visto que sua agenda é lotada. O rapaz pediu que Beethoven indicasse alguém e Beethoven me indicou.

Eu não vejo muito isso como aula. Eu vejo como dividir alguma coisa que eu gosto muito: escrever.
Assim como quando a pequena Denise vinha aqui aos sábados e eu passava para ela as coisas que eu sei de teatro.
Ela dizia - Você é a minha professora! E eu sempre retrucava: - Eu sou sua amiga. Estamos fazendo uma coisa juntas.

Bom, hoje eu escolhi o que eu vou levar para o rapaz que queria as aulas. Na verdade, ele quer trabalhar texto escrito.
Achei essa parte legal e acho que se ele gostar e quiser continuar, será divertido porque escrever é uma das minhas paixões e sou apaixonada pelo processo de escrita.

É estranho isso de "aula" para saber escrever. Eu acredito em aulas, ensino e teoria, todas essas coisas. Contudo, nessa parte de escrever fiz um caminho muito meu, que me ajudou na escola, no vestibular, no teatro e agora na faculdade. Eu sempre gostei muito de escrever e há muito tempo eu treino isso.
Escrever é treino. Algumas pessoas falam que é talento, que é o dom e eu acredito naquela história de bunda na cadeira. É tempo, esforço e dedicação.
Na verdade, acho que tenho mais a função de estimular este "treino" em alguém do que dar aula.

Tenho pensado que dar aula é uma coisa muito séria. Amanhã eu vou dividir o que eu penso sobre escrever.

Deliberação

Quero estar apenas com pessoas que me fazem bem e pronto. Chega de ser boazinha e aguentar falta de respeito.....

Desculpas esfarrapadas

O que tem aqui não é influência do Saramago, não.

O que acontece com os textos deste blog

Se chama descompromisso e falta de revisão.

Oh yeah.



sábado, 19 de maio de 2012

Meu Beethoven e sua pedra no rim.


Quando conheci Beethoven, ele era um rapaz que eu encarava com alguma estranheza e encanto porque ele é diferente dos outros rapazes mas é igualzinho ao rapaz que eu idealizava em meus sonhos mais profundos.
Houve uma época muito triste em que eu não encontrava Beethoven porque ele tinha cólicas renais e não ia para a faculdade, portanto.
Eu olhava com algum desespero para fora da sala 1, esperando que ele aparecesse e por vezes ele não aparecia. Ele estava muito longe.
Hoje Beethoven está muito perto. E isso me deixa feliz todos os dias ao acordar e antes de dormir. Aqui na toca do escorpião é tudo muito simples. Beethoven fica escondidinho dentro dela quando sente dor no rim.
Todavia, agora as coisas são diferentes. Ainda com a dor no rim, eu posso abracá-lo.
Posso abraçá-lo e chamá-lo de meu.

Dia de comemorações.

Acabo de ver que em 2011 um ano totalmente ruim e frustrante para mim na parte de produção textual, eu postei 26 vezes ao longo do ano. E agora até o quinto mês de 2012 já postei 30 vezes.

Apenas números, claro. Não significa que escrevo melhor agora só porque escrevi mais. Só quer dizer que superei um problema que eu trazia comigo desde o final do ano retrasado: Eu não conseguia mais escrever.

Só queria dizer um obrigada a todos que estiveram dando uma força durante todo este tempo. Já pensei em escrever um romance (um livro com uma história maior que um conto), se um dia isso acontecer, espero conseguir contemplar em minha história, todas as pessoas que passaram por aqui.

OBRIGADA.

E vamos vivendo que eu tenho planos ótimos para hoje.


Três assuntos em um post.


Sobre o rascunho do rascunho, meu orientador ligou para falar sobre isso. Ele colocou coisas muito importantes sobre o projeto, coisas que eu deveria pensar e desde ontem venho pensando e tentando produzir. Depois ele disse “Bom, isto tudo é sobre o primeiro tópico e agora vou trocar uma fralda e daqui a pouco te ligo novamente”.
E não ligou mais.

[ Imagino que trocar uma fralda é algo trabalhoso (E eu não estou sendo irônica, estou enfatizando isso!), então na lista de coisas que eu acho que esses revolucionários do Toddynho deveriam saber fazer antes de se propor a foder com a vida de professores e estudantes honestos e trabalhadores, é trocar uma fralda.
Quero ver o pique da revolução depois de limpar uma privada, lavar gordura de panela e trocar uma fralda. (A própria fralda, eu diria.) ]

Só o primeiro tópico já me custou praticamente a tarde inteira desta sexta. E eu não acabei. Sobre coisas trabalhosas, acho que esta característica se aplica á vida acadêmica.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Hendrix


Eu acordei de mau humor hoje, meu querido. Eu estou que não me aguento.
Não, não é uma tpm. Isso é coisa da modernidade.
Eu não teria capacidade de perceber que os peitos incham e as espinhas aparecem caso não soubesse quando entro naqueles dias. Não sei quando isso acontece, portanto. Sei que a cota deste mês já foi. Então, gosto mais de ser "de lua" do que ter uma "contratempo" pós-moderno.
Acordei cedo mais uma vez, darei conta da pilha de louça enquanto escuto teus acordes, tua voz.
Obrigada por vir me visitar hoje.
Estamos passando por tempos difíceis.

Constatação


Acho que os seguintes dizeres em uma plaquinha grudada em minha testa ficariam bem:
Não sou simpática de verdade. Sirva mais cerveja em meu copo, por favor.

Porque o nome deste blog é um copo de ácido.

Tem coisas que a gente não encontra em qualquer mesa de boteco. Algumas coisas estão em casa. E isto é um motivo para acompanhar no relógio minha hora de voltar.

Homens:

Há momentos em que vocês são tão infantis e fazem piadas tão infantis que eu finjo não entender ou escutar só para não gerar desconforto nos colegas da mesa do bar. Nós, as mulheres, principalmente as mulheres de letras (não todas, claro), nós gostamos de assuntos inteligentes e piadas REALMENTE sofisticadas. Nós não teremos vergonha em fingir não entender ou escutar. Nós tiraremos uma com a cara de vocês com ironia e vocês não perceberão. Há um motivo para estarmos dentro do bar e não fora dele. E nós não precisamos contar vantagem: Nós fazemos.

Tenho acordado cedo para passar mais tempo deprimida e ficar mais tempo sem nada para fazer.

Primeira versão do projeto: Não está ok.


Ele disse: Olha, isso ainda não é uma primeira versão do projeto. Ele pode ser considerado um rascunho do rascunho, apenas.

Bem que eu estava achando fácil demais.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Primeira versão do projeto: ok.

Comecei alguns minutinhos antes do prazo e terminei de revisar meu projeto antes de alguns minutinhos também.
Já enviei para o meu orientador, agora tenho que esperar. Terei que ir até o Campus para conversar com ele sobre isso e resolver outras coisas.
Eu não estava conseguindo carregar o meu bilhete único de estudante e estava gastando horrores com o transporte.
Fui correr atrás disso e descobri que não estou conseguindo carregar o bilhete porque eu tenho um bilhete novo e ele está na secretária da faculdade.

Agora chegou aquele momento do dia em que além de sentir sono, eu me sinto muito sozinha.
Aí, penso "deveria ter acordado mais tarde" mas depois concluo que apesar do sono, acordar cedo me dá tempo para fazer mais coisas, ter um dia mais produtivo.
Não sei direito o que fazer (nunca sei) mas decidi começar ligando o som, tomando outro café e arrumando as roupas.
Odeio viver na bagunça.

Preguiça


Não é a garota que eu sonharia ter ao meu lado em minha cama no dia seguinte mas acordei com ela, com a preguiça, muita.
Vou ter que revisar meu projeto daqui a pouco. Uma amiga deu uma olhada nele e o projeto voltou cheio de sugestões e dicas que merecem muita atenção.
Gosto de escutar os que as outras pessoas têm a dizer. Gosto das críticas, gosto das sugestões.
Estou com um pouco de preguiça agora de revisar este projeto mas têm de ser feito, imediatamente. Não tem desculpa.
Tenho que ter muita gratidão pelos professores que eu tenho e aproveitar da melhor forma possível a ajuda que eles me dão. Não dá para ter preguiça, portanto. Acordei envergonhada comigo mesma. Hoje, contudo, começarei mais cedo acho. Ontem dei start as 8h e as 10h já havia terminado. Hoje acordei 6 e tanto e espero ter terminado a revisão do projeto até umas 9h.
Os livros do Beethoven já chegaram também. E acho que ele se correr também consegue inscrever o projeto dele.

Falta a disciplina virginiana em meu mapa. Tenho que me esforçar muito para compensar isso. E preguiça, não dá.
Por exemplo, eu deveria revisar todos os meus posts. E nunca faço isso. Isto é muita falta de disciplina (e tempo também, se eu precisar de muito tempo para escrever neste blog, vou abandoná-lo).
Falei de preguiça e de revisão de textos. Abri a ferida e vai arder.
Vou cuidar da vida agora, então.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Dois dias.


Esta semana começou acordando tarde, almoçando a marmita do dia anterior. E depois saindo na garoa fina para tentar resolver, tarde, meu problema com o meu bilhete único de estudante. Até havia me esquecido que esta é uma das tarefas que ficou para hoje, que na verdade, não sei se conseguirei cumprir.
Domingo foi dia das mães e almoçamos juntos, Beethoven, meus pais e eu. Meu velho deixou a guitarra dele aqui e agora tem um amplizinho pequeno para brincarmos um pouco. Mais ele do que eu, não sou muito dada a instrumentos musicais. Talvez para transformar meus textos em canções, quem sabe.
Depois do almoço fui trabalhar em uma festa infantil. Voltarei a fazer isso para descolar uns vinténs. É preciso pagar a cerveja de alguma forma, afinal de contas. E hoje já trabalhei também: Acabei a primeira versão do meu projeto de pesquisa. Vou tentar uma bolsa. Vejo tanta gente pior conseguindo verba para pesquisa que até me sinto incentivada a tentar também.
Por falar em verba, ganhamos verba para produzir um jornalzinho. Mas este é um assunto para outro post.
Agora tem uma pilha de louça suja me esperando.

(Juro que estou tentando escrever sempre. No meu diário também. E aqui: www.deliriosdebolso.blogspot.com
Estou organizando meus experimentos literário neste blog aí....)

domingo, 13 de maio de 2012

A gente vai vivendo.

Queremos dar um presente para o casal de amigos e não estamos achando. É um cd.
No final das contas acabei achando dois cds que queria há algum tempo com ótimos preços.
Meu coração está alegre porque agora tenho o Ao vivo dos Mamonas Assassinas, minha banda favorita da infância até hoje.
O outro é o Meat Puppets. Uma banda que o Kurt Cobain gostava e que é realmente muito boa, talvez até melhor que o Nirvana.

Gosto de investir dinheiro em coisas que fazem bem.

E hoje é dia das mães e a minha mãe está aqui, depois de muito tempo.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Algum otimismo.


Como eu havia apostado com um bixo, a greve já ultrapassou seus 45 dias corridos.
E estes 45 dias têm sido um tempo de muito nervoso e stress. Fui e continuo sendo oposição, ninguém me apresentou um bom argumento para mudar de lado até agora. O ponto auge e talvez decisivo para que pudéssemos pontuar algumas coisas aconteceu em uma segunda-feira. Havia 40 grevistas e militantes seguindo uma professora. Por acaso, ela é minha professora. Beethoven e eu estávamos lá para ficar com ela e ficamos. 40 contra 3. Claro, queríamos tirá-la dali e descer mas era necessário que o cara do TI fosse lá para desligar o datashow. Tivemos que esperar o cara (que deveria estar com o cu na mão) chegar para podermos descer. 2h de tortura. Foi bem próximo do sentimento que eu tive quando escutei depoimentos de presos políticos do DOPZ. Engraçado que estes caras, que seguem em 40 uma professora, são contra essa tal ditadura aí que todos dizem! Abram os arquivos do fim da ditadura! - é o que eles dizem.
Bom, também tenho os arquivos deste dia de ditadura. Filmei toda a cena. Os caras jogando cadeiras para dentro da sala, depois fazendo baderna e depois um "sarau" para humilhar a professora. Tentaram tirar a câmera da minha mão, na tentativa, a moça ousada me deu um soco no braço. Doeu por dois dias.
Foi difícil me controlar para não bater de volta. E tenho evitado ir na faculdade por causa disso. Estou muito puta e tenho medo da minha coragem.
Neste dia me controlei até o fim mas não sei até quando conseguirei ser uma pessoa controlada e fina. Resolvemos permanecer afastados da faculdade até essa greve acabar. Semana passada tive que ir porque os professores convocaram uma reunião com os alunos para falar sobre o semestre, expôr algumas situações hipotéticas do que poderia acontecer com as nossas aulas. Bom, na verdade, fui só porque tenho a maior consideração pelos meus professores porque eu não estou tão preocupada com o meu semestre. Sei me virar. Todavia, a energia do campus está bem pesada e isso também tem nos feito em pensar muitas coisas, inclusive em transferência de Universidade e as opções são poucas.
Decidimos fechar a Gutenberg também. Não sei em quanto tempo faremos isso mas enquanto as coisas se ajeitam já estou procurando outro trabalho bem longe da faculdade, não vemos mais sentido em investir tanto esforço e dedicação para ajudar alunos que colaboram com a destruição da educação e do ensino (2 meses sem aula, sem nenhum ganho, vocês chamam isso de Progresso?).
Em contrapartida, voltei a trabalhar na minha pesquisa. Os autores que eu escolhi são realmente maravilhosos e o meu orientador também. Acho que vai dar certo.
Estou tentando transformar este tempo sem aulas em algo produtivo e esta semana por exemplo, estou indo para um Congresso de Literatura Portuguesa na USP.
Beethoven e eu fomos convidados para apresentar uma leitura dramática e foi muito divertido. Decidimos tudo com a professora (essa aí de cima, ela havia nos convidado antes da greve, inclusive) em menos de 24h. Formamos um trio que dá certo. (ou quarteto, se contarmos o Beethoven dela também). Este foi um ganho da greve, um ganho nosso. Estamos construindo coisas bonitas no meio do caos.
Cerveja e amigos já resolvem muita coisa.