É bem verdade, essa história de permissão. Perguntei se queria entrar e ofereci um café apenas por educação e agora você está aqui, folheado algum dos meus livros, escutando um dos meus cds que você mesmo colocou no rádio pra tocar. Daqui a pouco você vai sentar no sofá com as pernas abertas, as suas coxas apertadas dentro de um bermudão qualquer, e a sua barriga descansará em cima da braguilha e os seus chinelos estarão no tapete e daqui a pouco o cachorro vai pegar e levar para qualquer canto da casa, como num filme. Você irá abrir uma lata de cerveja e arrotar na minha frente e agora você nem pede mais desculpas, ora essa, santa intimidade e eu não vou falar nada, porque eu nunca soube arrotar e você foi o único que sentou ao meu lado e me ensinou mesmo que achasse isso feio e tudo bem que é feio, esqueci minhas calcinhas penduradas no boxe ontem pela manhã e mesmo assim, acordamos e transamos e tinha o café, o nosso café, o café que você fez, e tinha tudo e tudo isso só porque um dia deixei você entrar sem pedir e você acabou ficando e ficando e tudo bem, é assim mesmo.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
A garota que ganhava livros...
... havia ganhado um livro. Dele. E ele não era qualquer garoto. Ele era aquele garoto.
Foi aquele garoto quem escreveu o livro. Disse timidamente que havia escrito um e ela claro, pediu.
E ela sempre pedia coisas. Ele trouxe o livro, sem dedicatória alguma. Que triste - pensou ela, assim não é vantagem nenhuma conhecer um escritor!
E o livro permaneceu guardado em sua estante durante meses, junto com outros livros, outros livros que ela achava que jamais conseguiria ler.
Havia tantos livros da escola e tantas coisas pra ler!
Era uma tarde fria de começo de férias. Daquelas tardes existentes para ficar debaixo do cobertor bebericando uma bebida quente e muito doce. Não havia nada para fazer. Não havia nada que parecesse melhorar aquele mal humorzinho.
Sentia-se sozinha, repassou mentalmente todos os seus projetos para férias e decidiu começar naquele instante.
Foi até a estante e pegou o livro. De bruços, debaixo do cobertor, ela lia atentamente. Aquele livro, o livro dele.
Supreendendo-se a cada linha chegou ao final extasiada. Há muito que não lia algo tão bom e emocionante.
Era emocionante porque aquelas linhas guardavam muito talento. Essa parte a cativava por demais.
Ao chegar no final do livro, resolveu ler uma segunda vez. E dessa vez, repassar cada momento que havia achado mais legal, fazendo anotações.
Brincou de ser professora, brincou de ler a redação de um aluno. Esse é um dos mais inteligentes - pensou. E ele era, era o mais inteligente.
Morava numa biblioteca e sabia todos os assuntos, sempre tinha um livro pra recomendar. Sempre tinha um livro pra emprestar.
E sempre tinha os brinquedos mais legais que ele levava no dia do brinquedo.
Eram colegas de classe, daqueles que senta ao teu lado, na quinta fileira, na segunda carteira da esquerda pra direita.
Explica a lição e divide o lanche. E traduz o próprio livro e ainda lê em voz alta se você pedir. Te faz acreditar que a vida é poesia.
E ela gostava de pensar que isso só acontecia porque era ela. Ela não queria ter que pedir nada e tentava não pedir nunca.
Quando ele não estava, um vazio tomava conta da sala de aula. A garota então, escutava alguém entrar na sala e olhava em direção a porta. E nunca era ele.
Naquele dia, o garoto não adivinhou que ela estava lendo o livro que ele mesmo escreveu. Perdeu o jogo de adivinhação. E olha que ele estava indo tão bem!
No livro tinha a história de um mago aprendiz que encontrava um demônio. uma história dentre tantas outras histórias que a garota ainda esperava escutar dele.
Ela não era uma dessas garotas. Ela era aquela garota.
E naquele dia aquela garota escreveu em seu diário sobre o livro que aquele garoto havia escrito.
Porque ela leu aquele livro naquele dia e parecia que tudo ia ficar bem.
Foi aquele garoto quem escreveu o livro. Disse timidamente que havia escrito um e ela claro, pediu.
E ela sempre pedia coisas. Ele trouxe o livro, sem dedicatória alguma. Que triste - pensou ela, assim não é vantagem nenhuma conhecer um escritor!
E o livro permaneceu guardado em sua estante durante meses, junto com outros livros, outros livros que ela achava que jamais conseguiria ler.
Havia tantos livros da escola e tantas coisas pra ler!
Era uma tarde fria de começo de férias. Daquelas tardes existentes para ficar debaixo do cobertor bebericando uma bebida quente e muito doce. Não havia nada para fazer. Não havia nada que parecesse melhorar aquele mal humorzinho.
Sentia-se sozinha, repassou mentalmente todos os seus projetos para férias e decidiu começar naquele instante.
Foi até a estante e pegou o livro. De bruços, debaixo do cobertor, ela lia atentamente. Aquele livro, o livro dele.
Supreendendo-se a cada linha chegou ao final extasiada. Há muito que não lia algo tão bom e emocionante.
Era emocionante porque aquelas linhas guardavam muito talento. Essa parte a cativava por demais.
Ao chegar no final do livro, resolveu ler uma segunda vez. E dessa vez, repassar cada momento que havia achado mais legal, fazendo anotações.
Brincou de ser professora, brincou de ler a redação de um aluno. Esse é um dos mais inteligentes - pensou. E ele era, era o mais inteligente.
Morava numa biblioteca e sabia todos os assuntos, sempre tinha um livro pra recomendar. Sempre tinha um livro pra emprestar.
E sempre tinha os brinquedos mais legais que ele levava no dia do brinquedo.
Eram colegas de classe, daqueles que senta ao teu lado, na quinta fileira, na segunda carteira da esquerda pra direita.
Explica a lição e divide o lanche. E traduz o próprio livro e ainda lê em voz alta se você pedir. Te faz acreditar que a vida é poesia.
E ela gostava de pensar que isso só acontecia porque era ela. Ela não queria ter que pedir nada e tentava não pedir nunca.
Quando ele não estava, um vazio tomava conta da sala de aula. A garota então, escutava alguém entrar na sala e olhava em direção a porta. E nunca era ele.
Naquele dia, o garoto não adivinhou que ela estava lendo o livro que ele mesmo escreveu. Perdeu o jogo de adivinhação. E olha que ele estava indo tão bem!
No livro tinha a história de um mago aprendiz que encontrava um demônio. uma história dentre tantas outras histórias que a garota ainda esperava escutar dele.
Ela não era uma dessas garotas. Ela era aquela garota.
E naquele dia aquela garota escreveu em seu diário sobre o livro que aquele garoto havia escrito.
Porque ela leu aquele livro naquele dia e parecia que tudo ia ficar bem.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
De alguma central, uma ligação a cobrar chama.
Andar por ali sempre me causa alguma depressão. Despedidas, um tempo fora de casa, um tempo sem dinheiro algum.
Me encosto ao lado da janela e tento praticar alguma reflexão. É uma grande janela e eu não queria estar indo para lá.
Estou levando pensamentos comigo, levo sorrisos, frases doces, uma nova pontada pelo centro de minhas costas aproxima-se.
Eu só queria te deixado alguém com saudades, alguém com saudades do lado de lá. Alguém que ainda espere a minha volta.
Alguém que tenha algo para me dizer. Alguém na qual, eu tenha algo para dizer.
Alguém que me pergunte um - E aí, foi tudo bem?
Mas não, nunca tem ninguém. Por isso, sempre acabo dormindo mal em toda e qualquer viagem.
Me encosto ao lado da janela e tento praticar alguma reflexão. É uma grande janela e eu não queria estar indo para lá.
Estou levando pensamentos comigo, levo sorrisos, frases doces, uma nova pontada pelo centro de minhas costas aproxima-se.
Eu só queria te deixado alguém com saudades, alguém com saudades do lado de lá. Alguém que ainda espere a minha volta.
Alguém que tenha algo para me dizer. Alguém na qual, eu tenha algo para dizer.
Alguém que me pergunte um - E aí, foi tudo bem?
Mas não, nunca tem ninguém. Por isso, sempre acabo dormindo mal em toda e qualquer viagem.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Mais babadores!
Gente, vem aí mais um sobrinho (a) pra mim!
Agora é a vez da Laurinha.
Adoro as amigas que me dão sobrinhos!
Agora é a vez da Laurinha.
Adoro as amigas que me dão sobrinhos!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Aproveite o dia.
Depois que parei de trabalhar em buffet infantil, demorei um pouco, mas voltei a gostar de crianças.
Ontem eu estava no metrô, sentada no banco perto do assento reservado.
Eu estava estudando em minhas últimas chances de estudar para a prova de estudos clássicos, que eu teria naquela noite.
Eu estava escrevendo sobre os Topóis do Carpe Diem.
Havia um menininho sentado no colo de uma senhora. Procurei não desviar minha atenção do caderno. Eu precisava estudar, eu não sabia as duas primeiras questões que poderiam cair na prova!
Notei que o menino começou a brincar com o meu chaveiro. Ignorei.
Depois de um tempo divagando com a mãe sobre o meu chaveiro, a mãe então perguntou:
- Você perguntou para a tia se você pode brincar com o chaveiro dela?
Eu falei que podia. E continuei escrevendo. Eu precisava mesmo estudar, não daria tempo de fazer isso antes de chegar na faculdade.
Mas o menino foi além:
- Tia, posso desenhar no seu caderno?
Foi um momento canceriano. Eu dei meu caderno e a minha lapiseira na mão daquele menino sedutorzinho.
Eu tinha que estudar e...não ia mais estudar. Eu precisava daquele caderno, daquela lapiseira e agora estava com ele.
Fiquei contemplando o desenho que ele fazia e pensando "Que merda! Eu odeio ser assim, vou bombar na prova porque não me organizei para ir bem e blá blá blá...".
Diogo, 3 anos, faz desenhos na vertical com o caderno em horizontal. Segundo ele, era um "Solzinho".
E a mãe ficou louca quando, depois, eu dei um lápis amarelo para ele colorir e ele resolveu desenhar outro.
Tentou tirar o caderno da mão do menino e ele ficou muito bravo.
- Você é aries?
Não, ele é escorpião - a mãe esclareceu.
Ah sim, claro. Foi um dia escorpião mesmo.
A menina que estava sentada ao meu lado pontuou sobre o mundo escorpião "aaaah, escorpião....eles nunca gostam de nada, mas quando gostam....".
Se esse menino gostar do meu caderno, fodeu. "E eles são super ciumentos" ela completou. Se esse menino gostar do meu caderno e não quiser me devolver eu vou me foder muito!
Já aconteceu de crianças pegarem minhas coisas, não quererem devolver e eu canceriana maldita, acabar cedendo pra ver um sorriso.
Mas eu precisava daquele caderno, eu tinha que estudar! Toda minha matéria do ano, estava lá!
- Filho, nós já vamos descer. Devolve o seu caderno pra tia?
E ele devolveu e sorriu. Que lindo, que mágico, quero ter um filho!
Mas cheguei na faculdade sem saber sobre o escudo do Arquíloco e a importância dos Topois do Carpe Diem.
E o desfecho não vou contar. É coisa minha.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Stray Cat II
Todo dia ao acordar, a primeira imagem que percebo com nitidez, é ela.
Sentada no oitavo degrau, debaixo pra cima, da escada em caracol, lá está ela.
Lá está ela, contemplando o dia que aparece do outro lado da janela.
Esboço um bom dia e não escuto uma resposta dela.
Minha adorável putinha
Interesseira e vagabunda
Eu preparo o teu jantar
Você nunca responde quando eu te chamo
Você nem sabe se eu te amo
Mas você não dorme enquanto eu não voltar.
E não adianta ligar
Porque eu não volto mais cedo do bar
*Para Dóris, com carinho.
Sentada no oitavo degrau, debaixo pra cima, da escada em caracol, lá está ela.
Lá está ela, contemplando o dia que aparece do outro lado da janela.
Esboço um bom dia e não escuto uma resposta dela.
Minha adorável putinha
Interesseira e vagabunda
Eu preparo o teu jantar
Você nunca responde quando eu te chamo
Você nem sabe se eu te amo
Mas você não dorme enquanto eu não voltar.
E não adianta ligar
Porque eu não volto mais cedo do bar
*Para Dóris, com carinho.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Enquanto a guitarra chora.
Delicadamente, gentilmente, suavemente, divido o quarto com duas meninas. Meninas mesmo. Daquelas que se vestem igual e tem sempre algo para conversar antes de dormir.
É um hotel. Lembrei dos personagens marginais que moram em hoteis. Não hoteis como este, mas por ora, quis pensar que sim.
Quis pensar na minha pessoa totalmente sozinha, escrevendo compulsivamente e morando num quarto de hotel.
Mas não, isso já existe. Tem o Chinaski, tem o Bandini, tem o Dimi.
Tem o café, tem o chuveiro, tem a roupa de cama, tem uma mesinha para escrever e um frigobar da qual não comprarei nada.
Dia dos namorados. Essa data, bem como o dia das mães e o dia dos pais e qualquer outra data convencional, não representa nada para mim.
A diferença é que se um dia eu tiver dinheiro, no dia dos pais e das mães, tem pessoas para eu presentear.
Fim de um dia na qual me encontro cansada. Tem uma festa logo mais. Uma festa na qual a todo momento vou me perguntar "isso está mesmo acontecendo ou eu que bebi demais?".
Talvez seja a falta da bebida e aí, dou mais um gole na cerveja.
Passando os canais da Tv, noto um senhorzinho conhecido. B.B. King. Para minha surpresa, um documentário sobre Blues na Tv.
E essa é a grande promessa de companhia e diversão para esta noite. No dia dos namorados, dormirei com o B.B. King.
Mas vou tomar um banho. O chuveiro do hotel, tem três tipos de jatos diferentes. Eu poderia morar debaixo daquele chuveiro.
Entendi a frase: "Vou preparar o banho". A água demora para temperar. Tem que ligar as duas torneiras, senão você congela ou você queima os braços, como eu fiz em uma das minhas tentativas de desligar uma torneira por vez.
A Tv está no último volume e lá do chuveiro consigo escutar vozes e risadas e música e penso que até parece que tem alguém ali, me sinto menos sozinha.
Eu não queria sair de debaixo deste chuveiro, nunca! O mundo lá fora, parece perigoso demais pra mim.
Mas no dia seguinte, estarei mais descansada, visitarei uma feirinha que me fará muito bem. Depois vou ler sobre tragédia grega, deitada na cama, sentindo o sol bater em meu rosto.
E elas estarão conversando sobre um assunto de meninas qualquer, e uma delas estará segurando um incenso bom para circular energia.
E os beatles estarão tocando suas músicas mais melancólicas, no iphone em cima da cama ao lado.
Mas sabe, aquele papel higiênico e aquelas toalhas...não são tão macios.
Tudo muito bonito, tudo muito impessoal.
É um hotel. Lembrei dos personagens marginais que moram em hoteis. Não hoteis como este, mas por ora, quis pensar que sim.
Quis pensar na minha pessoa totalmente sozinha, escrevendo compulsivamente e morando num quarto de hotel.
Mas não, isso já existe. Tem o Chinaski, tem o Bandini, tem o Dimi.
Tem o café, tem o chuveiro, tem a roupa de cama, tem uma mesinha para escrever e um frigobar da qual não comprarei nada.
Dia dos namorados. Essa data, bem como o dia das mães e o dia dos pais e qualquer outra data convencional, não representa nada para mim.
A diferença é que se um dia eu tiver dinheiro, no dia dos pais e das mães, tem pessoas para eu presentear.
Fim de um dia na qual me encontro cansada. Tem uma festa logo mais. Uma festa na qual a todo momento vou me perguntar "isso está mesmo acontecendo ou eu que bebi demais?".
Talvez seja a falta da bebida e aí, dou mais um gole na cerveja.
Passando os canais da Tv, noto um senhorzinho conhecido. B.B. King. Para minha surpresa, um documentário sobre Blues na Tv.
E essa é a grande promessa de companhia e diversão para esta noite. No dia dos namorados, dormirei com o B.B. King.
Mas vou tomar um banho. O chuveiro do hotel, tem três tipos de jatos diferentes. Eu poderia morar debaixo daquele chuveiro.
Entendi a frase: "Vou preparar o banho". A água demora para temperar. Tem que ligar as duas torneiras, senão você congela ou você queima os braços, como eu fiz em uma das minhas tentativas de desligar uma torneira por vez.
A Tv está no último volume e lá do chuveiro consigo escutar vozes e risadas e música e penso que até parece que tem alguém ali, me sinto menos sozinha.
Eu não queria sair de debaixo deste chuveiro, nunca! O mundo lá fora, parece perigoso demais pra mim.
Mas no dia seguinte, estarei mais descansada, visitarei uma feirinha que me fará muito bem. Depois vou ler sobre tragédia grega, deitada na cama, sentindo o sol bater em meu rosto.
E elas estarão conversando sobre um assunto de meninas qualquer, e uma delas estará segurando um incenso bom para circular energia.
E os beatles estarão tocando suas músicas mais melancólicas, no iphone em cima da cama ao lado.
Mas sabe, aquele papel higiênico e aquelas toalhas...não são tão macios.
Tudo muito bonito, tudo muito impessoal.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Novas habitações.
Tinha poucos amigos. E ela os guardava com todo o carinho dentro da gaveta do quarto.
Qual o nome dele - eu perguntava - Gustavo - ela dizia - e por que o Gustavo mora lá? - Por causa da polícia.
Ao ser questionada sobre o Gustavo, ela mencionava o gorro vermelho que ele usava. - E qual o tamanho dele? - aí então ela esticava seus bracinhos diante do corpo.
E eu podia concluir: é do tamanho dela. Nunca perguntei o tamanho da gaveta em que o Gustavo mora. Uma vez ela falou que tinha a Lola também. Mas não lembro se morava lá por causa da polícia.
Um dia levei balas pra ela, numa tentativa de ser aceita na turma. Mas nunca fui convidada para morar na gaveta.
Cresceu, ganhou novos amigos e aquela gaveta tornou-se pequena.
"Vou guardar todos meus amigos num potinho e levá-los comigo", sempre que quiser, eu completaria.
Mas...alguns amigos não queriam dividir o mesmo potinho. "Tá, coloco vocês em potes separados".
Tá bom. Os amigos ficavam em potes, observando-as de longe. Fizera mais amigos do que jamais pudera imaginar.
Era um presente mais que perfeito. Pela tarde ela deitava na cama, para assistir um filme bobo e infantil, que ela já havia assistido várias vezes.
Depois ficava sozinha em um canto vazio, até alguém vir e perguntar, o que você está fazendo aí?.
Eram todos amigos imaginários.
Eu não existo.
Qual o nome dele - eu perguntava - Gustavo - ela dizia - e por que o Gustavo mora lá? - Por causa da polícia.
Ao ser questionada sobre o Gustavo, ela mencionava o gorro vermelho que ele usava. - E qual o tamanho dele? - aí então ela esticava seus bracinhos diante do corpo.
E eu podia concluir: é do tamanho dela. Nunca perguntei o tamanho da gaveta em que o Gustavo mora. Uma vez ela falou que tinha a Lola também. Mas não lembro se morava lá por causa da polícia.
Um dia levei balas pra ela, numa tentativa de ser aceita na turma. Mas nunca fui convidada para morar na gaveta.
Cresceu, ganhou novos amigos e aquela gaveta tornou-se pequena.
"Vou guardar todos meus amigos num potinho e levá-los comigo", sempre que quiser, eu completaria.
Mas...alguns amigos não queriam dividir o mesmo potinho. "Tá, coloco vocês em potes separados".
Tá bom. Os amigos ficavam em potes, observando-as de longe. Fizera mais amigos do que jamais pudera imaginar.
Era um presente mais que perfeito. Pela tarde ela deitava na cama, para assistir um filme bobo e infantil, que ela já havia assistido várias vezes.
Depois ficava sozinha em um canto vazio, até alguém vir e perguntar, o que você está fazendo aí?.
Eram todos amigos imaginários.
Eu não existo.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Sobre as últimas bolachas do pacote de bolacha sem recheio.
As vezes acontece umas coisas comigo naquela faculdade que fazem eu me questionar muito sobre o lugar onde estou.
Hoje me lembrei da época do colégio. Tinha aquelas garotas que achavam que todos falavam delas, que todos tinham inveja delas.
Normalmente elas juntavam-se com mais uma ou outra loirinha tingida e aí, vinham tirar satisfação sobre qualquer coisa que elas achavam que nós, mortais havíamos falado delas.
Num colégio medíocre e pseudoburgues como o meu, isso era muito normal, inclusive, as funcionárias faziam isso também.
Quando acontecia isso, rolava um burburinho do tipo "fulana vai bater em ciclana".
Não lembro como, mas eu sempre era aquela que tinha que dar satisfação. Sempre alguma mina babaca vinha tirar satisfação comigo.
Eu não dava satisfação. Sempre fazia a louca. O que? Eu? magina....jamais falaria isso de você, minha flor. Segurando a risada, claro.
Sempre achei esse mundo feminino imbecil, eu me divertia. Respondia de um jeito estúpido e foda-se.
Sempre fui até o fim, eu comprava a palhaçada toda. Isso me divertia.
Mas nunca ninguém tentou bater. Tentasse, pra ver.
Minha mãe sempre falou que se alguém tentasse me bater, eu podia bater também. Era isso que eu sabia.
Das poucas vezes que me enfiaram em alguma confusão no final das contas, a outra mina arregava.
No fundo, sempre pensei como seria divertido alguma mina embaixo do meu corpo sendo socada por mim.
No último ano de colégio, quase tive a chance. Uma menina da 8ªsérie, escutou eu falando que ela era uma criança.
Ela tentou me encurralar no banheiro e no dia seguinte, chamou uma penca de amiga pra se defender. Muita gente se juntou em volta, no pátio.
Seria ridiculo, eu, do 3ºmédio virando um soco numa pirralha da 8ªa série. Mas aquela mina sempre encheu o saco. Eu queria abrir uma excessão.
Eu dei uma resposta atravessada e ela arregou. E eu terminei o colégio sem ter espancado alguém.
Lembrei disso porque hoje só porque eu estava com a mão na boca, durante o momento da apresentação de um trabalho, um cara da minha classe veio me perguntar se eu tinha algum problema com a pessoa dele. Algo parecido com o que me acontecia na época do colégio.
A tal pessoa a mim é tão insignificante, que eu nem sei o nome dele. No minimo, eu devia estar esboçando alguma indiferença na hora em que ele estava falando, ou sei lá o que.
Eu achei tão babaca que não tinha muito o que responder. Talvez se ele se concentrasse um pouco mais no próprio trabalho do que nas minhas reações, quem sabe, a apresentação não fosse um pouco mais interessante.
Mas não dei essa sugestão. Na verdade, me deu um pouco de preguiça deste assuntinho todo. Eu sinceramente, tenho mais o que fazer do que ficar me preocupando com a opinião das pessoas que nem a aula assiste.
Tô cagando e andando pra não fazer montinho.
Hoje me lembrei da época do colégio. Tinha aquelas garotas que achavam que todos falavam delas, que todos tinham inveja delas.
Normalmente elas juntavam-se com mais uma ou outra loirinha tingida e aí, vinham tirar satisfação sobre qualquer coisa que elas achavam que nós, mortais havíamos falado delas.
Num colégio medíocre e pseudoburgues como o meu, isso era muito normal, inclusive, as funcionárias faziam isso também.
Quando acontecia isso, rolava um burburinho do tipo "fulana vai bater em ciclana".
Não lembro como, mas eu sempre era aquela que tinha que dar satisfação. Sempre alguma mina babaca vinha tirar satisfação comigo.
Eu não dava satisfação. Sempre fazia a louca. O que? Eu? magina....jamais falaria isso de você, minha flor. Segurando a risada, claro.
Sempre achei esse mundo feminino imbecil, eu me divertia. Respondia de um jeito estúpido e foda-se.
Sempre fui até o fim, eu comprava a palhaçada toda. Isso me divertia.
Mas nunca ninguém tentou bater. Tentasse, pra ver.
Minha mãe sempre falou que se alguém tentasse me bater, eu podia bater também. Era isso que eu sabia.
Das poucas vezes que me enfiaram em alguma confusão no final das contas, a outra mina arregava.
No fundo, sempre pensei como seria divertido alguma mina embaixo do meu corpo sendo socada por mim.
No último ano de colégio, quase tive a chance. Uma menina da 8ªsérie, escutou eu falando que ela era uma criança.
Ela tentou me encurralar no banheiro e no dia seguinte, chamou uma penca de amiga pra se defender. Muita gente se juntou em volta, no pátio.
Seria ridiculo, eu, do 3ºmédio virando um soco numa pirralha da 8ªa série. Mas aquela mina sempre encheu o saco. Eu queria abrir uma excessão.
Eu dei uma resposta atravessada e ela arregou. E eu terminei o colégio sem ter espancado alguém.
Lembrei disso porque hoje só porque eu estava com a mão na boca, durante o momento da apresentação de um trabalho, um cara da minha classe veio me perguntar se eu tinha algum problema com a pessoa dele. Algo parecido com o que me acontecia na época do colégio.
A tal pessoa a mim é tão insignificante, que eu nem sei o nome dele. No minimo, eu devia estar esboçando alguma indiferença na hora em que ele estava falando, ou sei lá o que.
Eu achei tão babaca que não tinha muito o que responder. Talvez se ele se concentrasse um pouco mais no próprio trabalho do que nas minhas reações, quem sabe, a apresentação não fosse um pouco mais interessante.
Mas não dei essa sugestão. Na verdade, me deu um pouco de preguiça deste assuntinho todo. Eu sinceramente, tenho mais o que fazer do que ficar me preocupando com a opinião das pessoas que nem a aula assiste.
Tô cagando e andando pra não fazer montinho.
terça-feira, 8 de junho de 2010
A água ainda deve estar quente.
Foi o jeito que eu dei pra achar um pouco de poesia na solidão e na dor.
Uma vez perguntaram a ele o que ele fazia quando algo acabava e então ele disse "Eu tranformo". E eu guardei com tanto carinho aquela informação.
Arquivei junto com aquele ensinamento - que aprendi com ele também - sobre o "conhecimento funcionar com sobreposição" que eu inutilmente passei para frente na minha aula de linguística.
Desde então venho tentando sobrepôr e tranformar, mas as vezes me demoro.
As vezes só consigo pensar ao sentir a água quente do chuveiro escorrendo em meus cabelos curtos, batendo em minha nuca.
E eu sinto o cheiro do novo shampoo e busco em minha memória, alguma lembrança já esquecida.
Olho com alguma mágoa para as calcinhas que eu pendurei numa torneira que um dia já fez jorrar água em uma banheira.
Calcinhas que já viram melhores dias. Calcinhas que preciso pendurar no meu varal. Não há mais calcinhas em minhas gavetas, acho que é o momento de comprar calcinhas novas.
Eu peguei creme demais. Daqueles cremes de pote que quando a gente passa, escorre pelo rosto e ainda assim, achamos que o nosso cabelo estará salvo.
Eu queria um cachorro amarelo e sorridente que me esperasse melancolicamente, com a cabeça entre as patas, abaixado na porta, enquanto eu não chego.
Eu queria um gato vagabundo como eu, só meu, que olhasse pra mim e pensasse "Essa é a minha humana, é a humana que eu escolhi. e esse é o meu cachorro, e essa a minha cama, e esse meu sofá e esse meu canto
e esssa é a minha cadeira, mas a minha humana acha que ela é dona de tudo isso só porque ela comprou". E ele saberá que nós somos donos apenas do que nós escolhemos e talvez apenas ainda, do que nos escolhe.
Eu ainda penso sobre a morte que aguça a minha curiosidade. A morte do lado de lá. Do lado de cá eu choro, do lado de lá eu nem sei, eu nem sei que já morri.
Lá de longe vem uma música que está tocando no rádio, algum heavy metal. Parece que tem alguém.
Eu já percebi como troco de assunto a cada linha. Eu posso estar feliz, mas a solidão estará sempre aqui.
Ela apareceu na primeira linha e na antepenúltima, enquanto tranformo o frio no calor, numa prosa sobre a dor.
Uma vez perguntaram a ele o que ele fazia quando algo acabava e então ele disse "Eu tranformo". E eu guardei com tanto carinho aquela informação.
Arquivei junto com aquele ensinamento - que aprendi com ele também - sobre o "conhecimento funcionar com sobreposição" que eu inutilmente passei para frente na minha aula de linguística.
Desde então venho tentando sobrepôr e tranformar, mas as vezes me demoro.
As vezes só consigo pensar ao sentir a água quente do chuveiro escorrendo em meus cabelos curtos, batendo em minha nuca.
E eu sinto o cheiro do novo shampoo e busco em minha memória, alguma lembrança já esquecida.
Olho com alguma mágoa para as calcinhas que eu pendurei numa torneira que um dia já fez jorrar água em uma banheira.
Calcinhas que já viram melhores dias. Calcinhas que preciso pendurar no meu varal. Não há mais calcinhas em minhas gavetas, acho que é o momento de comprar calcinhas novas.
Eu peguei creme demais. Daqueles cremes de pote que quando a gente passa, escorre pelo rosto e ainda assim, achamos que o nosso cabelo estará salvo.
Eu queria um cachorro amarelo e sorridente que me esperasse melancolicamente, com a cabeça entre as patas, abaixado na porta, enquanto eu não chego.
Eu queria um gato vagabundo como eu, só meu, que olhasse pra mim e pensasse "Essa é a minha humana, é a humana que eu escolhi. e esse é o meu cachorro, e essa a minha cama, e esse meu sofá e esse meu canto
e esssa é a minha cadeira, mas a minha humana acha que ela é dona de tudo isso só porque ela comprou". E ele saberá que nós somos donos apenas do que nós escolhemos e talvez apenas ainda, do que nos escolhe.
Eu ainda penso sobre a morte que aguça a minha curiosidade. A morte do lado de lá. Do lado de cá eu choro, do lado de lá eu nem sei, eu nem sei que já morri.
Lá de longe vem uma música que está tocando no rádio, algum heavy metal. Parece que tem alguém.
Eu já percebi como troco de assunto a cada linha. Eu posso estar feliz, mas a solidão estará sempre aqui.
Ela apareceu na primeira linha e na antepenúltima, enquanto tranformo o frio no calor, numa prosa sobre a dor.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Stray cat
Tem dias em que eu torço para que tudo acabe logo.
A única coisa que eu quero é que hoje seja melhor que ontem.
Eu só quero que hoje termine bem para que eu pense que o dia de alguma forma melhorou.
Eu tenho algumas moedas na carteira e tudo bem, porque meu pescoço mantém minha cabeça presa e o meu olhar continua seguindo para a frente.
E tudo bem se eu estou com fome e só vou comer daqui a quatro horas, tá tudo bem.
Eu vou acender o meu cigarro e me sentir menos sozinha, eu vou parecer distraída agora e ninguém vai me notar.
Gosto quando a fumaça sai distraidamente sem esforço algum fazendo um desenho no ar e dispersando-se no vento.
Eu fumo um, eu fumo dois, eu fumo dois e três em uns dez minutos. E o vento me bate na cara e sinto uma nostalgia e eu só queria que tudo ficasse bem.
Eu só queria conseguir concluir todas as minhas tarefas, eu só queria me sentir menos insegura, eu só queria uma caralhada de coisas.
E em dez minutos que estou aqui, fingindo pensamentos vazios, duas pessoas já vieram me pedir um isqueiro emprestado.
Que tipo de fumante vocês são, que não tem um isqueiro? Sou fumante de dias pobres e carrego comigo um isqueiro.
Sempre quando acendo o cigarro jogo o isqueiro na mochila e depois ele some. As vezes tenho vontade de sumir junto com ele.
Aprendi a baforar o gás, aprendi a bater a cinza de forma menos ansiosa. Aprendi que o café me traz o mesmo gosto do cigarro.
E eu sempre quero escovar os dentes depois do cigarro. Mas hoje não tem escova, hoje não tem pasta de dente. Mas tá tudo bem.
Eu comi aquela pizza de barraquinha, aquele suco barato e aquele chocolate com gosto de infância e parecia que ia ficar tudo bem.
Alguém vai me dar uma carona. Talvez esse alguém, tente abusar de mim durante essa carona.
Mas vai ficar tudo bem.
Aquele dia eu te fiz prometer que não iria me sequestrar. E você disse que não o faria, nem roubaria meus rins.
Talvez eu fosse só mais um cigarro, daqueles que a gente fuma delicadamente e mesmo assim acaba quando chega no filtro.
Sequestrasse, levasse um rim, mas deixasse esse pedaço do meu coração que ficou com você.
A única coisa que eu quero é que hoje seja melhor que ontem.
Eu só quero que hoje termine bem para que eu pense que o dia de alguma forma melhorou.
Eu tenho algumas moedas na carteira e tudo bem, porque meu pescoço mantém minha cabeça presa e o meu olhar continua seguindo para a frente.
E tudo bem se eu estou com fome e só vou comer daqui a quatro horas, tá tudo bem.
Eu vou acender o meu cigarro e me sentir menos sozinha, eu vou parecer distraída agora e ninguém vai me notar.
Gosto quando a fumaça sai distraidamente sem esforço algum fazendo um desenho no ar e dispersando-se no vento.
Eu fumo um, eu fumo dois, eu fumo dois e três em uns dez minutos. E o vento me bate na cara e sinto uma nostalgia e eu só queria que tudo ficasse bem.
Eu só queria conseguir concluir todas as minhas tarefas, eu só queria me sentir menos insegura, eu só queria uma caralhada de coisas.
E em dez minutos que estou aqui, fingindo pensamentos vazios, duas pessoas já vieram me pedir um isqueiro emprestado.
Que tipo de fumante vocês são, que não tem um isqueiro? Sou fumante de dias pobres e carrego comigo um isqueiro.
Sempre quando acendo o cigarro jogo o isqueiro na mochila e depois ele some. As vezes tenho vontade de sumir junto com ele.
Aprendi a baforar o gás, aprendi a bater a cinza de forma menos ansiosa. Aprendi que o café me traz o mesmo gosto do cigarro.
E eu sempre quero escovar os dentes depois do cigarro. Mas hoje não tem escova, hoje não tem pasta de dente. Mas tá tudo bem.
Eu comi aquela pizza de barraquinha, aquele suco barato e aquele chocolate com gosto de infância e parecia que ia ficar tudo bem.
Alguém vai me dar uma carona. Talvez esse alguém, tente abusar de mim durante essa carona.
Mas vai ficar tudo bem.
Aquele dia eu te fiz prometer que não iria me sequestrar. E você disse que não o faria, nem roubaria meus rins.
Talvez eu fosse só mais um cigarro, daqueles que a gente fuma delicadamente e mesmo assim acaba quando chega no filtro.
Sequestrasse, levasse um rim, mas deixasse esse pedaço do meu coração que ficou com você.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Você já pensou que ia morrer?
Eu já.
A última vez foi no bar. A banda estava tocando Great Balls Of Fire e estava rolando um show de pirofagia.
A estrela do show tacou fogo na geladeira. Eu agarrei a minha bolsa, pra facilitar o reconhecimento do corpo.
Que deprê! Nunca tenho dinheiro pra vir aqui e quando eu venho, eu morro!
Se eu morrer, vou pegar meu dinheiro de volta.
Pense pelo lado positivo. Pelo menos, a música era do Jerry Lee Lewis.
A última vez foi no bar. A banda estava tocando Great Balls Of Fire e estava rolando um show de pirofagia.
A estrela do show tacou fogo na geladeira. Eu agarrei a minha bolsa, pra facilitar o reconhecimento do corpo.
Que deprê! Nunca tenho dinheiro pra vir aqui e quando eu venho, eu morro!
Se eu morrer, vou pegar meu dinheiro de volta.
Pense pelo lado positivo. Pelo menos, a música era do Jerry Lee Lewis.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Quando acordo ás sete da matina;
Estou com dor de cabeça. Meu quarto estava cheio de pernilongos, levei duas picadas na testa e resolvi ligar o ventilador para dispersar. Está frio, estou com dor de cabeça.
Estou usando uma touca colorida numa tentativa quase imbecil de ver essa dor de cabeça passar. Já tomei uma aspirina, quero dormir e acordar num lindo dia, num lindo dia em que ele vai ligar e falar:
- viu como eu não sumi?
E eu vou dizer:
- Achei que você não fosse ligar.
E ele vai responder:
- Eu não te liguei antes para não parecer fácil!
E eu vou dizer:
- Você não é fácil. Você é legal!
E ai eu vou dizer que bom que ele ligou e dizer que adoro surpresas e vamos conversar e dar risada.
E talvez ele diga que foi legal aquele dia e eu vou dizer que ele me fez muito bem.
E aí vamos sair denovo e conversar e dar risada, e sair denovo e conversar e dar risada, e denovo e conversar e dar risada.
E talvez eu tenha uma piada nova.
Não são expectativas. São apenas as cenas seguintes que deveriam vir depois de eu ter me mostrado uma garota legal.
Sabe, as vezes sou legal. Mas não gosto de assumir isso, para não parecer prepotente. Então sou quase legal ou legalzinha.
Ontem me falaram que eu faço muito sucesso com os caras. Mentira. Mas aí quem falou argumentou: Tem vários deles querendo você aqui e no seu formspring!
Ok, troco todos eles por esse, e ainda dou em troca também um maço de cigarros. Não precisa de tantos caras, só de um interessante, doce e quente já tá incrível para mim.
Eu queria aquele cara. Porque ele não é qualquer cara. Você sabe, ele não é um cara que se encontra em qualquer mesa de boteco.
Porque tinha eu e tinha você. Porque o seu cabelo tem um cheiro bom e eu sei que não é só um shampoo.
Dessa vez eu mereço, vai.
E a dor de cabeça passou. Escuto meu travesseiro me chamar.
Estou usando uma touca colorida numa tentativa quase imbecil de ver essa dor de cabeça passar. Já tomei uma aspirina, quero dormir e acordar num lindo dia, num lindo dia em que ele vai ligar e falar:
- viu como eu não sumi?
E eu vou dizer:
- Achei que você não fosse ligar.
E ele vai responder:
- Eu não te liguei antes para não parecer fácil!
E eu vou dizer:
- Você não é fácil. Você é legal!
E ai eu vou dizer que bom que ele ligou e dizer que adoro surpresas e vamos conversar e dar risada.
E talvez ele diga que foi legal aquele dia e eu vou dizer que ele me fez muito bem.
E aí vamos sair denovo e conversar e dar risada, e sair denovo e conversar e dar risada, e denovo e conversar e dar risada.
E talvez eu tenha uma piada nova.
Não são expectativas. São apenas as cenas seguintes que deveriam vir depois de eu ter me mostrado uma garota legal.
Sabe, as vezes sou legal. Mas não gosto de assumir isso, para não parecer prepotente. Então sou quase legal ou legalzinha.
Ontem me falaram que eu faço muito sucesso com os caras. Mentira. Mas aí quem falou argumentou: Tem vários deles querendo você aqui e no seu formspring!
Ok, troco todos eles por esse, e ainda dou em troca também um maço de cigarros. Não precisa de tantos caras, só de um interessante, doce e quente já tá incrível para mim.
Eu queria aquele cara. Porque ele não é qualquer cara. Você sabe, ele não é um cara que se encontra em qualquer mesa de boteco.
Porque tinha eu e tinha você. Porque o seu cabelo tem um cheiro bom e eu sei que não é só um shampoo.
Dessa vez eu mereço, vai.
E a dor de cabeça passou. Escuto meu travesseiro me chamar.
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