quarta-feira, 20 de outubro de 2010

De onde eu vim

Lembro desse dia. Eu estava no chão da sala abrindo os presentes que eu havia recebido naquele aniversário de sete anos.
Peguei o caderninho com o Mickey na capa e perguntei o que era e a minha mãe provavelmente disse que era um diário.
Eu sabia o que era um diário, já devia ter visto na tv, inclusive, achava o máximo as histórias do Doug.
Minha mãe deve ter dito que era um caderneta de contar como foi o dia e escrever meus pensamentos. E isso me convenceu.

O diário permaneceu em branco por uns tempos. E logo comecei a escrever, lembro de alguns velhos registros, inclusive.
O problema é que eu não dominava regras sobre os diários. Depois de um curto espaço de tempo, eu lia o que havia escrito e jogava fora, porque achava tudo ruim e alguém podia ler.
Não havia segredos, mas eu definitivamente não queria que lessem o jeito como eu escrevia mal e sobre assuntos tão inúteis.
Arranquei todas as folhas quando tinha uns nove anos e joguei tudo fora.
Uma vez na 5ªsérie, estávamos estudando o gênero diário e novamente pensei como podia ser legal, ter um diário. Voltei a escrever.
Mas depois parei denovo. Mas esse ainda tenho (o velho caderninho do Mickey, já desgastado depois de tantas folhas arrancadas...).

No entanto, sempre tive percepção de como o diário ajudava nas coisas que eu tinha que escrever na escola, era um exercício que me fazia bem.
Com 12 anos, devo ter visto um anuncio no ig, falando que dava pra ter um diário virtual. Algumas conhecidas tinham...
Fiz um também. Não lembro o nome. Depois mudei para o blogger e lá fiquei. A idéia era mesmo ter um diário.
Por muito tempo escrevi coisas cotidianas e abria toda a minha vida ali. Mas nunca me dei conta de que, a minha escrita deixava de ser privada.
Por esse motivo, tive inúmeros problemas no blog por expôr a minha opinião. E se tem uma coisa que eu sempre banquei, é a minha opinião. Então, já viu.

Em 2007, cansada dos problemas do blog, resolvi escrever um diário com assuntos mais pessoais. Mantive os dois. Mas escrevi no diário por menos de um ano.
Ainda tenho este diário também. Parei de escrever nele, por falta de tempo, nunca conseguia parar para escrever, até que nunca mais escrevi.
Resolvi ser mais limpinha no meu blog e me expôr menos. E fiquei preenchida. Com o blog consigo praticar o exercício de escrever e ainda fico em contato com os amigos, além de ser mais funcional.

Este ano, tive que mudar de blog. Pela falta de tempo, passei a escrever menos e a me cobrar mais ainda, no exercício de escrever.
E eu passei num curso de letras. Isso faz com que eu me cobre ainda mais, mas me deu uma certa auto-estima, fiquei com mais vontade de experimentar outras coisas no campo escrito.
Comecei a fazer um diário de bordo com impressões sobre o mundo universitário e logo parei.
Mas comecei a escrever mais aqui no meu blog e ando gostando disso.

Bom, na verdade escrevi tudo isso, porque resolvi que quero ter um diário novo. E já tenho folhas para fazê-lo e tudo.
Senti falta de um suporte (Ah, Maingueneau, olha você aqui) para uma escrita privada.
Este blog tornou-se pequeno para abrigar todas as minhas inquietações, preciso de outros espaços também.

ok, preciso de um diário. Era só isso que eu queria dizer.

Grata.

Um comentário:

Luísa disse...

Eu, também presa nessa de diário e blog, descobri que é mais prático escrever o que me dá na telha direto no blog - perdi tantas folhas soltas de diários que, wow, talvez tivesse grandes problemas se alguém encontrasse.

Saudades de você, Mayra.

Luísa.