sábado, 31 de março de 2012

Acho que o meu tio tem razão. Estamos vivendo uma ditadura comunista, ao menos é o que eu tenho vivido nestes três anos de faculdade de humanas pública, três greves, duas delas “bem sucedidas”, para o lado da esquerda.
Não gosto de pensar assim, mas no momento o que eu tenho é a sensação de vazio e desespero ao pensar que muito provavelmente outro semestre está perdido.
Esta semana peguei o Jaçanã em Pinheiros e ao passar pela Consolação, alguns estudantes do Mackenzie subiram felizes no ônibus dando altas risadas com sorrisos estampando o rosto e eu pensei que deve ser muito bom estudar em uma faculdade onde não existem greves – sei que o Mack já fez greve mas imagino que as coisas lá sejam um pouco diferentes. Eu gosto de imaginar assim. No Mack há uma faculdade de letras de graça, não sei se é boa, contudo, hoje não tenho como, infelizmente, pensar só no que é bom ou ruim, visto que eu tenho ótimos professores – impossibilitados de darem suas aulas. Já pensamos em ir para o sul ou para Campinas mas não sei se as coisas seriam diferentes também. Hoje estou muito desanimada e o meu desejo era dormir e só acordar quando essa porra toda acabasse.

Na última quarta-feira teve assembléia na faculdade para decidir se haveria continuidade ou não. Ainda que eu soubesse que não havia chance alguma desta greve acabar – alguns departamentos ainda não se posicionaram oficialmente – eu votei contra. Um rapaz me chamou de pelega e reacionária, tentou me agredir (puxaram ele para o lado) e saiu dizendo “Viva a causa operária”. Bom, se a causa é operária ela não é estudantil, imagino. É bem verdade o que dizem sobre as condições da nossa unifesp. O transporte não funciona mesmo, a questão espacial é pífia, temos filas para tudo, até para os banheiros, livros temos muitos, boa parte deles encaixotados. Concordo que seja preciso nos mobilizar e lutar por melhorias, minha divergência é com relação á paralisação das aulas por tempo indeterminado. Eu estaria lá, ajudando se eu pudesse assistir a minha aula no final do dia. Como este direito não é respeitado pelos piquetes e afins, sou obrigada a priorizar outras coisas em uma tentativa de fazer deste semestre algo menos pior. Não dá para pegar duas rodovias para participar das discussões que acabam sempre no mesmo lugar....

Estou perdida.

Um comentário:

Pedro Pellegrino disse...

Caramba, tentou lhe agredir? Que filho da puta!