terça-feira, 24 de maio de 2011

Parede como função pedagógica.

Eu devia começar a anotar todas as minhas ideias noturnas para postar aqui.
Por um tempo resolvi essa questão, eu rabiscava na parede tudo que eu havia pensado.
Mas nem por isso voltei a escrever.
Muitas vezes rabisquei as paredes.
Quando criança eu adorava giz de cera e pensava que as paredes pensavam o mesmo.
Quer dizer, hoje analisando a situação não sei bem porque eu tinha essa adorável mania.
Adorável para mim, claro.
As paredes da casa da minha vó eram todas rabiscadas. E as paredes da primeira casa onde eu morei também.
A primeira casa era de aluguel e um dia aqueles rabiscos deram um certo trabalho, portanto.
Uma vez minha mãe disse que tínhamos que limpar as paredes porque íamos mudar de lá.
Eu tentei limpar, inutilmente. Depois de uns 16 anos, escutei ela dizendo que quando saímos de lá, ela mandou pintar as paredes para devolver a casa. O que me fez pensar que se agora a casa é própria, talvez as paredes jamais sejam pintadas novamente.
Meu quarto permanece com as paredes rabiscadas portanto. Aluguei para o pó que entra pela porta e creio que ele, como eu, jamais tentará limpar.

É que eu já tentei limpar muitas coisas mas acabei desistindo.
Todos os dias eu pego o meu pano imaginário e tento limpar tudo de feio que acabou ficando por aqui.
Mas não dá, porque há tempos que as veias que passam pelo meu coração não produzem água quente.
Acho que é o inverno que está chegando.

Nenhum comentário: