Perguntaram no meu formspring o que havia acontecido com o meu blog e porque eu havia parado de escrever. E aí eu fiquei pensando muitas coisas.
Meu blog continua aqui, mas evidentemente, eu parei de escrever. Eu parei porque estava me sentindo muito incomodada com algumas coisas.
Havia alguns assuntos da qual eu não podia falar e são estes assuntos, a qual tenho mais coisas para dizer.
Eu escrevo porque os meus pensamentos, muitas vezes não cabem em mim. E eu escrevo neste blog porque pessoas muito queridas frequentam.
Mas é público, verdade. Por isso, muitas vezes repenso sobre continuar escrevendo ou não. O suporte que eu uso (blog) interfere muito na minha escrita.
Se eu parar de escrever aqui, automaticamente, vou parar de escrever. Há algum tempo fiz um diário e parei de escrever nele também.
Mas hoje eu fiquei pensando...e relacionei meu blog com outras coisas que eu gostava e me senti obrigada a parar.
E aí conclui algo muito triste: Depois que eu paro, eu me arrependo e tento voltar, mas já é tarde demais porque eu perco o ritmo.
Não quero perder o ritmo. Eu preciso disso, eu preciso colocar aqui os meus pensamentos. Eu sinto muito.
Meu blog é público mesmo. Mas eu insisto na ideia de que as pessoas tem a opção de não vir me visitar.
Outra coisa que eu pensei é uma teoria que o William me disse muitas vezes: "Ao escolher uma coisa, você pode estar deixando de escolher outra".
Verdade. Doía muito quando eu escutava essa frase. Porque eu eu nunca quis deixar de escolher alguma coisa importante.
Mas a vida nos obriga a eleger prioridades. E ao escolher uma prioridade, aquela outra coisa deixa de ser prioridade.
A dinâmica é simples. Já foi mais doloroso. Mas hoje entendo que sempre dá pra escolher. E escolher nem sempre é ruim.
Mas no fundo, nós temos que bancar as nossas escolhas. Agora eu penso antes de escolher, por sinal.
Lembrando disso, pensei que sempre me deparo com duas escolhas: Prefiro que doa em mim ou prefiro que doa no outro?
E eu sempre me escolho pra sentir a dor.
Eu sempre prefiro que doa em mim, mesmo que eu não concorde com a dor do outro.
As pessoas tem algumas dores e algumas vezes, acho que essas dores poderiam ser resolvidas mesmo que essas pessoas não façam nada por si mesmas.
Mas eu não sou ninguém para julgar a dor dos outros. No entanto, muitas vezes a dor dos outros acaba doendo em mim.
Mesmo que eu rafaça as minhas escolhas todos os dias de modo que eu não sinta tanta dor de mim mesma.
No final das contas, eu penso "tudo bem, está doendo, mas eu consigo aguentar mais essa".
É bem verdade essa história das cicatrizes que as vezes escrevo aqui. Eu tenho muitas, algumas físicas, mas muito mais psicológicas.
Uma a mais, não vai estragar meu corpo nem a minha cabeça.
Por isso eu prefiro que doa em mim. Porque não vai fazer muita diferença.
Acho que não fazer muita diferença mesmo que seja algo que faria toda a diferença, é bem triste.
Mas novamente, digo que nós temos sempre opções e escolhas.
E todos nós podemos escolher fazermos alguma diferença.
domingo, 26 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Ponte do Limão.
Tava quase pulando, quando ela apareceu e disse oi. Olhou-me de cima a baixo e disse:
- Se eu fosse tu, eu não pulava.
Olhei de cima abaixo também, para ela.
- Se eu fosse tu, eu também não pulava, eu ia ali na esquina e descolava uma grana com esse corpinho.
Tirou um cigarro da mochila, acendeu, soltou a fumaça e olhou-me.
- Aposto que você não quis dizer isso. Aposto que tu só ta tentando manter a fama de ranzinza.
Mas você nem me conhece - eu disse - não sabe se tenho fama de ranzinza.
Ela disse: É ? - e já emendou com um: Mas você tem cara de quem faz essas coisas.
Fiquei em silêncio. Era o fim, não havia mais nada, não havia sequer algo para dizer.
- Se você não pular, divido com você o pedaço de pizza de calabresa que tenho numa tigela aqui na minha mochila....
Não lembro qual foi a ultima vez que uma garota me ofereceu um pedaço de pizza.
Sabe quando um rosto novo anuncia algo de bom que poderia acontecer?
Naquele dia eu resolvi não pular.
- Se eu fosse tu, eu não pulava.
Olhei de cima abaixo também, para ela.
- Se eu fosse tu, eu também não pulava, eu ia ali na esquina e descolava uma grana com esse corpinho.
Tirou um cigarro da mochila, acendeu, soltou a fumaça e olhou-me.
- Aposto que você não quis dizer isso. Aposto que tu só ta tentando manter a fama de ranzinza.
Mas você nem me conhece - eu disse - não sabe se tenho fama de ranzinza.
Ela disse: É ? - e já emendou com um: Mas você tem cara de quem faz essas coisas.
Fiquei em silêncio. Era o fim, não havia mais nada, não havia sequer algo para dizer.
- Se você não pular, divido com você o pedaço de pizza de calabresa que tenho numa tigela aqui na minha mochila....
Não lembro qual foi a ultima vez que uma garota me ofereceu um pedaço de pizza.
Sabe quando um rosto novo anuncia algo de bom que poderia acontecer?
Naquele dia eu resolvi não pular.
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